quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Missões no Amazonas 4






Começamos o trabalho discipulado, eu e Reijane começamos o trabalho com as adolescentes, nossa missão era tratar o caráter e resgatar a alta estima, o que acontece muito na região é a falta de alto estima, foi um tempo muito precioso, ao falar sobre nós elas começaram a falar sobre elas, gerando confiança.
A igreja no Jacarezinho se fortalecendo, treinamento dos lideres local Mica e Edite.
Tivemos licença para ir a Manaus comprar o que estávamos precisando e descansar um pouco, ficamos na casa da Jose irmã do Sebastião, uma família linda demais. Na volta passamos na casa do Pastor João, para nossa surpresa o Senhor o abençoou com uma casa muito melhor, isso porque ele abriu o seu lar para os missionários. Fiz um trabalho com as crianças da igreja dele e lancei a semente de missões como fizeram comigo.
De volta a comunidade, o Senhor nos surpreendeu em um culto, onde o Espírito Santo se manifestou de uma forma sobrenatural, e falou com o José Raimundo, depois ele nos confessou que foi resposta de uma oração que ele fez. Entendi o que Deus tinha me mostrado antes e tinha certeza que logo ele se entregaria aos pés de Cristo.
Comecei a trabalhar dando aula de alfabetização para adultos, foi um tempo muito gostoso, aproveitei para me aproximar de pessoas que ainda estavam distantes.
Recebemos a visita do Valfredo e família, uma equipe da lagoinha, amigos do Ctmdt, os pais de Ana Jessica. Fizeram trabalho na comunidade e comemoramos mais um ano da igreja do Jacarezinho, com batismo de Alfredo, Alcilene, Pirito, Hernandes e Iolanda. Muito bom ver quem ganhamos e cuidamos nascer novamente, pois se trata de um ato de fé que sua vida é nova, você está diferente. Para minha maior felicidade, o José Raimundo aceitou a Cristo, pediu um tempo para se preparar para contar a comunidade. Um dia terei a alegria de ver o seu batismo, comparo a sua história com a história de Paulo, sei que ele vai trazer muitos frutos para o Senhor.
Começou um surto de virose na comunidade, todos estão pegando, conseguimos medicamentos, a situação aqui em questão de saúde é muito precária, não existe médicos, nem enfermeiros, quando alguém passa mal é necessário levar de voador para a cidade mais próxima, graças a Deus que tem nos guardado.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Missões no Amazonas 3






Alguns meses já tinham se passado, e aquele período que chamamos de adaptação já tinham se passado, não éramos mais novidade para a comunidade, foi quando percebemos as reais necessidades da comunidade, a reconhecer realmente o caráter de cada um. Um povo que conhece a palavra do Senhor louva e fala de Jesus, mas não vive o que diz a palavra, não tem intimidade com Cristo, não deixam o Senhor conduzir as suas vidas de verdade. Descobrimos os vícios, as brigas na família e abusos com crianças. Tudo que estava encoberto, os que já tinham aceitado viver uma vida com Cristo, não estavam mudando de atitude.
Foi quando percebemos que deveríamos começar confrontar com a palavra e fazer um trabalho individual de cura e restauração.
Nesse processo a Alcilene resolveu entregar sua vida a Cristo e encarar as criticas da comunidade, que não aceitavam essa postura, para eles dizer que amam Jesus e dizer que eles têm Cristo no coração é suficiente, não precisa se tornar um cristão para dizer que tem Cristo. O que costumava responder é que realmente religião não vai salvar ninguém, porem quando uma pessoa se entrega a Cristo, é necessário mudança de vida e isso eu não estava vendo no modo de viver deles.
Foi quando encontrei o meu fator melquisedeque, Jose Raimundo um líder catequista, que me procurou com duvidas da palavra, o fazendo refletir e encontrar as respostas por si mesmo, o Senhor naquele momento me disse que estava trabalhando no seu interior e faria passar por experiências pessoas com o Senhor.
No final de uma tarde, quando estava na aula de dança, a caixa de água que abastece toda a comunidade estourou, caindo muita água do lado da sede onde eu estava com muitas crianças, foi à mão do Senhor, pois se essa caixa tivesse tombado em cima da sede com certeza muitas crianças teriam se ferido.
Teve a festa do dia das mães, os meus alunos se apresentaram, fiquei muito feliz em ver o orgulho nos rostos dos pais e a alta estima das crianças e jovens levantando, algo que falta muito nessa região.
O rapaz que aceitou Jesus no barco Kennedy está firme com o Senhor. Recebemos a visita do missionário Gil e Lia e os pais da Gislane.
Um último fato que ocorreu foi um senhor que estava muito doente, nos oferecemos para orar, mas diziam que a nossa oração não tinha poder, só acreditavam nos rezadores, pois nessa região a idolatria e feitiçaria é muito forte, e um milagre aconteceu, ele ficou curado, porem quem recebeu os créditos foi os rezadores, mas nós sabemos que foi o Senhor Jesus.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Missões no Amazonas 2








Já adaptados ao local, a temperatura e cultura, nosso próximo passo foi conhecer melhor cada família, o seu dia a dia, acordávamos bem cedo, cada um responsável por uma tarefa, os que estavam livres pela manhã se espalhava pela comunidade, ajudando os moradores com suas tarefas, pescaria, roçado, casa de farinha, capinar, uma forma de nos aproximar. Eu pratiquei todas essas tarefas, mas a que mais gostei foram pescaria e casa de farinha. Nas horas de folga conversávamos, jogávamos futebol, vôlei, banho de rio e tudo que a turma curtisse.  
Nossa tarefa era ensinar e ajudar a comunidade em tudo que precisassem. A Gislane líder da equipe com atendimento dentário, a Jéssica com bordado e ensino das crianças, o Bruno com inglês, alfabetização para adultos e trabalho com adolescentes, Reijane com aula de violão e saúde bucal, Sebastião com área vocal e trabalho com os homens, Eu com aula de dança, alfabetização para adultos e trabalho com adolescentes.
Recebemos a visita do Asas do Socorro, que levou médicos, dentistas, enfermeiros e cabeleleiros, um trabalho muito bonito com palavra e muito louvor. O Pastor João Osmar e Pastor Joãozinho da Lagoinha nos deram apoio nesse tempo. Um tempo precioso e muito edificante, pois recebemos uma palavra de animo.
Voltamos as nossas atividades normais e decidimos usar a estratégia de freqüentar as missas, com a intenção de nos aproximarmos e a chance de nos expressar, pois sempre era nos dada a palavra. Devido à comunidade ser católica, não causando resistência. Nesse período percebemos que o Senhor estava trabalhando na vida de alguns através de sua palavra (Bíblia), focamos nesses.
Na comunidade do Jacarezinho, um rapaz chamado Hernandes, se entregou a Cristo, começando um trabalho de discipulado.
No final do mês sempre alguém da equipe sempre ia a cidade comprar o que estava faltando e dar noticia as famílias, nesse período ficávamos na casa do pastor João e sua esposa Antonieta, um casal maravilhoso que o Senhor colocou para cuidar de nós.
Nessa viagem de barco, conheci um rapaz chamado Kennedy que estava desviado e voltou para Cristo, foi uma alegria imensa ver o Espírito Santo mover.

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Missões no Amazonas





No ano de 2011 morei na comunidade do Jacarézinho e na comunidade de Bararuá, situadas no Rio Manacapuru. Uma comunidade ribeirinha, aonde a renda vem dos produtos da terra e da madeira. Um povo alegre que mantém suas raízes. Como nas comunidades indígenas existe o líder comunitário, onde todas as decisões passam por ele. Muitos dos seus costumes lembram o povo africano. Podemos dizer que encontramos essas duas raízes.
Uma equipe composta por seis pessoas, com a função de dar apoio às duas comunidades, com trabalhos sociais e no ensino da palavra de Deus. Convivendo com a comunidade, vivendo como eles.
Uma cultura muito diferente, temperatura alta, sem energia elétrica e água de poço. Umas nove horas de barco até a cidade Manacapuru.
Fizemos uma compra para durar um mês, percebemos a diferença no preço, o custo de vida é mais alto. As frutas e legumes são caros, dificultando o consumo, eles geralmente comem o que planta. O dinheiro na comunidade não tem valor, pois não tem lugar para comprar, geralmente existe a troca de produtos. Com um tempo nos acostumamos.
Na comunidade do Jacarézinho existem poucas famílias, uma pequena igreja evangélica e escola. Nossa função era dar apoio a liderança local e projetos para melhoria da comunidade. Passando também o ensino da palavra de Deus.
Na comunidade de Bararuá existem mais famílias, igreja católica, posto de saúde e escolas. Sem presença de igreja evangélica, onde predomina o catolicismo. Dez moradores convertidos ao cristianismo. Nossa função foi apoiar a comunidade com projetos sociais e ensinar a palavra de Deus.
Fixamos moradia em Bararuá e visitávamos sempre Jacarézinho. Até chegar uma equipe para ficar no Jacarézinho. Eu fiquei até agosto em Bararuá e depois no Jacarézinho.
No começo estranhei a escuridão da noite, pois não tinha energia elétrica, algumas vezes por algumas horas tínhamos energia gerada por um motor a diesel. Durante o dia era muito quente e a noite refrescava. O carapanã (mosquito) atacava e não tinha repelente que se afasta. Dormíamos com mosquiteiro.
Passamos por grandes aventuras, como atravessar o rio de noite cheio de jacaré, andar na mata fechada com medo de cobra e muitos outros relatos que aos poucos vou compartilhando. Mais no começo isso foi muito difícil.
A rotina para mim também foi estranho no começo e me sentir vigiada o tempo todo. Mas a certeza da missão me dava força para continuar.
Aprendemos muito com esse povo, andávamos com eles, o que eles faziam procurávamos fazer também. Ir para o roçado, casa de farinha, pescar, lavar roupa na balça. Uma vida muito difícil, mas que eles amam. Aprendi amar esse povo e viver com eles e como eles.
Para quem gosta de peixe era peixe todo dia, aprendi a limpar e ticar muito bem. A única coisa que não experimentei foi o açaí, pois não gosto de jeito algum.
E não podia faltar o futebol, eles amam jogar bola. Para não fazer feio jogava de vez enquanto.
Minha missão era dar aula de dança e ensinar a palavra no dia a dia.
Aos poucos vou contando como foi esse tempo no Amazonas.