domingo, 19 de fevereiro de 2012

Missões no Amazonas





No ano de 2011 morei na comunidade do Jacarézinho e na comunidade de Bararuá, situadas no Rio Manacapuru. Uma comunidade ribeirinha, aonde a renda vem dos produtos da terra e da madeira. Um povo alegre que mantém suas raízes. Como nas comunidades indígenas existe o líder comunitário, onde todas as decisões passam por ele. Muitos dos seus costumes lembram o povo africano. Podemos dizer que encontramos essas duas raízes.
Uma equipe composta por seis pessoas, com a função de dar apoio às duas comunidades, com trabalhos sociais e no ensino da palavra de Deus. Convivendo com a comunidade, vivendo como eles.
Uma cultura muito diferente, temperatura alta, sem energia elétrica e água de poço. Umas nove horas de barco até a cidade Manacapuru.
Fizemos uma compra para durar um mês, percebemos a diferença no preço, o custo de vida é mais alto. As frutas e legumes são caros, dificultando o consumo, eles geralmente comem o que planta. O dinheiro na comunidade não tem valor, pois não tem lugar para comprar, geralmente existe a troca de produtos. Com um tempo nos acostumamos.
Na comunidade do Jacarézinho existem poucas famílias, uma pequena igreja evangélica e escola. Nossa função era dar apoio a liderança local e projetos para melhoria da comunidade. Passando também o ensino da palavra de Deus.
Na comunidade de Bararuá existem mais famílias, igreja católica, posto de saúde e escolas. Sem presença de igreja evangélica, onde predomina o catolicismo. Dez moradores convertidos ao cristianismo. Nossa função foi apoiar a comunidade com projetos sociais e ensinar a palavra de Deus.
Fixamos moradia em Bararuá e visitávamos sempre Jacarézinho. Até chegar uma equipe para ficar no Jacarézinho. Eu fiquei até agosto em Bararuá e depois no Jacarézinho.
No começo estranhei a escuridão da noite, pois não tinha energia elétrica, algumas vezes por algumas horas tínhamos energia gerada por um motor a diesel. Durante o dia era muito quente e a noite refrescava. O carapanã (mosquito) atacava e não tinha repelente que se afasta. Dormíamos com mosquiteiro.
Passamos por grandes aventuras, como atravessar o rio de noite cheio de jacaré, andar na mata fechada com medo de cobra e muitos outros relatos que aos poucos vou compartilhando. Mais no começo isso foi muito difícil.
A rotina para mim também foi estranho no começo e me sentir vigiada o tempo todo. Mas a certeza da missão me dava força para continuar.
Aprendemos muito com esse povo, andávamos com eles, o que eles faziam procurávamos fazer também. Ir para o roçado, casa de farinha, pescar, lavar roupa na balça. Uma vida muito difícil, mas que eles amam. Aprendi amar esse povo e viver com eles e como eles.
Para quem gosta de peixe era peixe todo dia, aprendi a limpar e ticar muito bem. A única coisa que não experimentei foi o açaí, pois não gosto de jeito algum.
E não podia faltar o futebol, eles amam jogar bola. Para não fazer feio jogava de vez enquanto.
Minha missão era dar aula de dança e ensinar a palavra no dia a dia.
Aos poucos vou contando como foi esse tempo no Amazonas.

2 comentários:

  1. Deus te abençoe minha querida Missionária,espero um dia tê-la em palestra em minha igreja; fica na paz.

    Pastor Adriano Cunha

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